O ISLÃ E A REIVINDICAÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER

O Islã e a Reivindicação dos Direitos da Mulher

Castidade da Mulher no Sagrado Alcorão.

Para conhecer a elevada posição da mulher no Sagrado Alcorão, deve-se conhecer a castidade do ser humano nele mesmo. O Livro Sagrado não foi revelado para guiar ao homem somente, senão para guiar a toda a humanidade.

“O Clemente! Ensinou o Alcorão. Criou ao homem. Ensinou-lhe a eloqüência”. (sura 55:1-4)

O Misericordioso é o Mestre, Sua Misericórdia abarca tudo, e seus alunos são os “seres humanos’, já não se deve falar de “homem” ou “mulher”.

O Alcorão, educador do espírito dos homens.

Um Lema muito importante do Alcorão e o Islã é o fato de que o Alcorão desceu para educar e santificar o espírito da humanidade. E dado que o espírito é algo abstrato, não é nem masculino nem feminino.
Então o Alcorão se refere à santificação do espírito e não do corpo, para que não fiquem dúvidas com respeito à igualdade de ambos. Observar-nos que o mundo ocidental afirma que o ser humano é de duas classes, mas ambas são iguais. Mas o Islã diz que o objetivo do descenso das revelações é a santificação e a educação dos espíritos e nestes não há diferenças entre homem e mulher; diretamente não há que falar de que existe homem e mulher e não afirmar que existem duas classes, mas que são iguais.

O autêntico do espírito e o supérfluo do corpo

Se o corpo cumprisse um papel na humanidade do homem, se poderia falar de masculino e feminino; mas, se a essência de cada pessoa constitui seu espírito, sendo seu corpo somente um meio a sua disposição, e ao mesmo tempo este meio, às vezes é masculino e outras vezes feminino, neste caso, falar de uma igualdade entre o homem e a mulher ou sua diferença, em todas as questões concernentes à essência do ser humano perderia sua razão de ser. O generoso Alcorão considera a seu espírito a verdadeira essência de cada ser humano. E, portanto atribui o corpo à natureza e o espírito a Deus.

O gênero não afeta sobre os exaltados valores humanos

Tudo o que no Islã se consideram valores que o Alcorão nos menciona como exemplos: o conhecimento, o temor a Deus, a fé, a veracidade, etc., são atributos do espírito do ser humano, então não há que propor o tema de que o homem e a mulher são iguais nas questões intelectuais e espirituais Também não se pode falar de diferenças de gênero em questões éticas, porque em todos os casos mencionados é o espírito o que se engalana (enfeita) com eles.

A revelação divina chegou tanto a homens como a mulheres

Podem-se resumir todas as perfeições humanas em três princípios básicos:

Conhecer o Princípio da Vida, Deus.
Conhecer a respeito da Revelação e a Mensagem.
Conhecer a respeito da Ressurreição.
Isto é que, o Universo tem um começo chamado Deus, e tem um final chamado “Dia do Juízo Final” e a morada eterna, já seja paraíso ou inferno.

E entre este começo e este final há um caminho reto, que a revelação se encarrega de guiar aos homens por esse caminho.

Os Profetas que convidaram aos seres humanos a estes princípios, não diferenciaram jamais entre os seres humanos. Não enviaram um convite particular aos homens nem também não privaram as mulheres a participar nisso. Inclusive, se um Profeta convida a abraçar sua fé a um soberano homem, outro Profeta, como Salomão convida a uma soberana chamada a rainha de Saba.
Vemos na história islâmica também, que quando uma mulher chamada Asma, em representação das mulheres muçulmanas, visita ao Profeta, e lhe pergunta com respeito à igualdade de homens e mulheres, desce um formoso versículo do Alcorão dissipando qualquer dúvida com respeito à Posição do Islã quanto à mulher.

“Por verdadeiro que os muçulmanos e as muçulmanas crentes, aos consagrados e consagradas, aos sinceros e sinceras, aos perseverantes e as perseverantes, aos humildes e as humildes, aos caritativos e as caritativas, aos jejuadores e as jejuadoras, aos recatados e as recatadas, recordadores de Deus e recordadoras, Deus lhes tem destinado a Indulgência e uma magnífica recompensa” (33:35).

O Alcorão não é um tratado de filosofia, mas expressou explicitamente seus pontos de vista relativos aos três tópicos básicos da mesma: o universo, a humanidade e a sociedade. O Alcorão não somente ensina suas leis aos crentes, não somente exorta e aconselha, senão que também dota a seus seguidores com um pensamento particular, uma particular visão do mundo, por meio de sua interpretação da criação fundamento de todos os mandamentos relativos a questões, sociais, como por exemplo, a propriedade, o governo, direitos familiares, etc., encontra-se nesta mesma explicação que o Alcorão dá da criação e dos assuntos do mundo. Uma das coisas comentadas no Sagrado Alcorão é a da mulher e o homem. O Alcorão não guarda silêncio a respeito e não deu oportunidade de propor suas próprias leis filosóficas relativas ao homem e a mulher a quem falam sem sentido para depois acusar ao Islã de ter uma atitude depreciativa para a mulher, fundamentalmente nas teorias que elaboram.

O Islã já ditou seu ponto de vista com respeito à mulher. Se quisermos ver a visão do Alcorão com respeito à criação do homem e a mulher, é necessário ter visto como está tratada esta questão nos livros de outras religiões. O Alcorão também não permaneceu em silêncio a respeito. Deveríamos ver se o Alcorão considera ao homem e à mulher seres de uma ou duas essências, em outras palavras, se têm uma só natureza ou essência ou duas. Eloqüentemente o Alcorão formula explicitamente vários versículos que Deus criou à mulher da natureza do homem e da mesma essência que a do homem. Com respeito a todos os homens o Alcorão diz em várias partes: “Deus criou a teu cônjuge de tua própria espécie”

Não há vestígios no Alcorão do que se encontra em outros livros sagrados que a mulher foi criada, de uma espécie inferior à do homem, que isso deu à mulher o caráter de que o cônjuge de Adão foi criado de uma parte tomada de seu corpo. Ademais, no Islã não há uma visão depreciativa da mulher com respeito a sua natureza e constituição inata.
O Alcorão relata a história do Paraíso de Adão, mas nunca diz que uma víbora ou Satanás tentou a Eva e que ela tentou a Adão. Nem o Alcorão descreve a Eva como a principal pessoa responsável do pecado, nem a livra do mesmo. O Alcorão diz:

“Oh Adão, habita tu e tua mulher o Jardim. Comam o que queiram” (7:19).

Em qualquer parte que o Alcorão descreve a questão da tentação de Satanás, usa o pronome na forma dual (referindo-se a duas pessoas). Diz:

“Se lhes tentou” (7:20)

“Assim lhes conduziu por meio do engano” (7:22)

“E lhes jurou” Verdadeiramente eu sou para vocês um conselheiro sincero. (7:21).

Desta forma, o Alcorão refuta firmemente a concepção equivocada que prevaleceu em certa época e que ainda se encontra em certas partes e entre certas pessoas deste mundo, livrando à mulher da acusação de ser a tentação e um meio demônio.

Existe outra consideração depreciativa relativa à mulher no campo de sua capacidade espiritual. Dizem: “Uma mulher não pode ir ao céu. Uma mulher não pode atravessar os estádios divinos e espirituais do esclarecimento, Uma mulher não se pode aproximar de Deus como o pode fazer o homem”.

O Alcorão, por outra parte, deixou explicitamente claro em número de suratas que a vida se recompensa depois da morte e que a proximidade de Deus não depende do sexo senão da fé e as obras realizadas, não importando se são de homens ou mulheres Por cada grande homem piedoso, o Alcorão menciona a mulher piedosa junto a ele as esposas de Adão e Ibrahim e as mães de Musa (Moisés) e lssa (Jesús) (que a paz esteja sobre todos eles), são mencionadas com grande estima.

Ainda que o Alcorão se refere às esposas de Nuh (Noé) e (Lot) como indignas de seus maridos, não ignora a esposa como uma mulher distinta sob o controle de um homem detestável. Pode-se dizer que o Alcorão procura intencionalmente manter um equilíbrio em seus relatos e o papel dirigente neles não está limitado ao homem. Do que se disse, fica claro que, tanto desde o ponto de vista filosófico como desde a explicação da criação da natureza, o Islã não sustenta nenhuma idéia depreciativa ante as mulheres. Pelo contrário, tem-se visto que isso, como todos os pontos de vista depreciativos mencionados, são eliminados. Exemplos de mulheres crentes no Sagrado Alcorão e seu transcendente papel na consolidação das religiões monoteístas.

O Sagrado Alcorão nos apresenta a algumas mulheres monoteístas e pede a todos os seres humanos seguí-las e tomá-las como exemplo. Temos ali a Sara, esposa do Profeta Abraão (A.S.). O Sagrado Alcorão quando se refere a eles afirma que, da mesma maneira que Abraão (A.S.) tinha o dom de poder perceber o invisível e comunicar-se com o mundo angelical, sua esposa Sara, também tinha este dom. Quando os anjos, enviado de Deus, desceram para abençoar a chegada de um filho (quando Abraão tinha 120 anos e Sara 90 anos), Sara surpresa falou aos anjos.

Disse: “Ai de mim! Conceber eu, que sou uma anciã e este, meu marido, um ancião! Certamente que isto é algo assombroso” Disseram-lhe: “Talvez te assombrarias do desígnio de Deus? Pois, sabes que a misericórdia de Deus e suas bênçãos vos amparam Oh descendentes da Casa Profética! Porque O é Louvável Glorioso” (Surata 11:72-73)

O segundo exemplo é a mãe de Moisés que também é mencionada no Sagrado Alcorão e muito elogiada. Ela tinha atingido um grau tão elevado de espiritualidade que recebia também a inspiração divina.

E inspiramos à mãe de Moisés: “Amamenta-lhe, e se temes por ele, joga-lhe no mar, e não temas nem te aflijas porque ti devolveremos e lhe nomearemos um dos apóstolos!” (Surata 28:7)

O seguinte exemplo que cita o Alcorão é Maria, mãe de Jesus (A.S.), que é apresentada como modelo para a humanidade não só para as mulheres.
Maria era possuidora de uma hierarquia espiritual tão elevada que, em ocasiões, superava as de alguns profetas. Maria, repetidas vezes recebeu comida celestial. Fazendo um estudo da vida de Maria chegamos a quatro conclusões:

1. Sua elevada hierarquia espiritual.

2. A igualdade do homem e a mulher para atingir graus elevados de espiritualidade.

3. Sua tolerância e sua força interior frente àqueles que a acusavam.

4. A superioridade de sua castidade com respeito a muitos homens de sua época. (Surata 3:45).

Outra das mulheres que o Alcorão apresenta como exemplo para os crentes é Asia, esposa do Faraó. Apesar de ter-se encontrado num ambiente ateu foi uma das primeiras pessoas que acreditou na Profecia de Moisés. Naturalmente, Faraó, não tolerou isso e tratou por todos os meios de conseguir que renunciasse a sua fé, ao se ver fracassado em sua tentativa, torturou-a até martirizá-la. Diz o Alcorão a respeito:

“E Deus exemplifica aos crentes com a mulher do Faraó, quando disse! Oh, Senhor meu! Constrói-me junto a Ti uma morada, no paraíso, e salva-me do faraó e de suas travessuras e salva-me dos injustos?” (Surata 66:11)

Finalmente recordamos que fazendo um estudo da história chegamos a conhecer o papel primordial da mulher nas grandes religiões e na consolidação das mesmas, observamos a ardente luta da mulher contra o despotismo faraônico na época de Moisés.

Teve três mulheres que se encarregaram do desenvolvimento e educação de Moisés, sua mãe, sua irmã e a mulher do Faraó. Elas três; lutaram contra a sufocante situação política daquela época até poder conseguir o triunfo de Moisés, esta história se encontra belamente relatada no Sagrado Alcorão.

No Cristianismo vemos à Virgem Maria que foi a merecedora de trazer ao mundo a um Profeta, quem podia comunicar-se naturalmente através da palavra com os anjos e quem lutou junto a Jesus contra os tiranos então.

Estudando a última das religiões monoteístas, o Islã, observar-nos o grande sacrifício e luta de Khadija, a esposa do Profeta Mohammad, de Fátima, sua filha, e de algumas outras mulheres crentes, quem ofereceram suas vidas, seu bens, seus filhos e tudo o que tinham em pró do avanço do Islã.