Mais uma vez, a mídia dinamarquesa erra, republicando as terríveis caricaturas, ofensivas ao Nobre Profeta, o Selo dos Mensageiros Divinos, Muhammad ibn Abdillah (S.). Não bastasse a onda de insatisfação provocada em todo o mundo pelos “jornalistas” dinamarqueses, secundados em sua atitude irresponsável por outros “jornalistas” e “editores”, quando os infames desenhos foram veiculados pela primeira vez, eles voltam a incorrer no mesmo grave engano.
Além de uma clara afronta ao Islã, numa atitude cínica e temerária, a mídia dinamarquesa mostra, com sua atitude, que não tem o menor respeito pelas crenças alheias. Os “jornalistas” dinamarqueses, assim como os seus colegas em outros países que se prestam ao mesmo humilhante papel, revelam o menosprezo pelos altos valores da cultura e da civilização. Pois os profetas são, justamente, os fundadores das nações, seres humanos que por sua conduta correta e pureza de alma, são iluminados pela bênção da Revelação. Por isso, merecem todo o nosso respeito.
Alegam os criminosos divulgadores das imagens do Nobre Profeta (S.) que defendem, ao agir assim, o direito à liberdade de expressão. Também defendemos tal direito. Entendemos, contudo, que acima dele está a noção de responsabilidade. A liberdade de expressão não é um valor em si. É um direito que, como todo o direito, gera obrigações. E a principal delas é a de não ferir a honra. Assim como, a pretexto de exercê-lo, não se pode acusar uma pessoa, falsamente, de cometer um crime, não se pode desrespeitar a crença de 1,5 bilhão de seres humanos, especialmente a figura de seu Nobre Profeta (S.).
Nós, do Instituto Brasileiro de Estudos Islâmicos, condenamos com veemência a atitude dos “jornalistas” dinamarqueses e de todos e quaisquer profissionais de imprensa que, irresponsável e levianamente, venham a publicar imagens que denigram a honra dos profetas e homens santos, especialmente do Nobre Mensageiro de Deus, Muhammad, que a paz e as bênçãos de Allah desçam sobre ele e sua Purificada Descendência.
IBEI
Mais uma vez, a terra do Líbano é manchada pelo sangue daqueles que desejam lançar o país em um novo banho de sangue. O mártir que tomba, agora, é o general François El-Hajj. Inicialmente, estendemos à família enlutada nossos votos de profundo pesar, solidarizando-nos a seus parentes e amigos nesse momento tão difícil, que é o de prantear um ente querido que se vai.
Em segundo lugar, não podemos deixar de solicitar às autoridades libanesas, às diversas facções e grupos políticos do país, bem como ao nobre e sábio povo do Líbano, a partir de nossa humilde tribuna, para que não se deixem levar por julgamentos precipitados e impressões de momento. Bem sabemos que são muitos os interesses alienígenas aos quais interessa o conflito e a dissensão no Oriente Médio.
As forças que estão por trás desse e de outros atentados, que ultimamente têm ferido o nobre povo libanês, são as mesmas que, de forma arrogante, tentam impor ao mundo uma visão unívoca de mundo. São forças construídas em sociedades corrompidas e corruptas, para as quais o desejo de lucro está acima de quaisquer valores de ordem ética, moral e espiritual. São forças malévolas, que a pretexto de levar aos quatro cantos do mundo a “liberdade” e a “democracia”, massacram os povos, assassinam as crianças, apóiam financeira e politicamente regimes cruéis e desumanos.
Que Allah ilumine a mente e os corações dos governantes e dos povos do Oriente Médio e, em especial, do Líbano, nesse momento difícil, e que os muçulmanos se unam, pois aí reside sua força.
É com muita tristeza que recebemos as notícias de mais um atentado a bomba na capital do Líbano, Beirute. Uma violenta explosão tirou a vida do deputado Antoine Ghanem. Expressando nossas condolências à sua família, rogamos ao Altíssimo para que lhe dê conforto e consolo neste momento difícil.
Também elevamos nossas súplicas a Allah, Exaltado seja, para que proteja o povo libanês e ilumine os seus governantes, para que não aceitem a provocação dos inimigos do Líbano, dos árabes e dos muçulmanos e para que não caiam nas armadilhas que o imperialismo e o sionismo, ardilosamente, estão criando para lançar o país à guerra civil e levar ao conflito entre os povos irmãos do Líbano e da Síria.
Os culpados por este atentado, assim como de outros que têm manchado de sangue a história libanesa mais recente, são os mesmos que oprimem os povos do Iraque, do Afeganistão e da Palestina. Os responsáveis pelas mortes de políticos no Líbano são os mesmos que assassinam friamente crianças e mulheres iraquianas, afegãs e palestinas. O que eles pretendem é disseminar a fitna – a dissensão - entre os povos libanês e sírio, irmãos desde sempre.
Entendemos que o único caminho que levará os árabes à paz é a união. A discórdia levará apenas ao conflito, o que serve somente aos interesses de Washington, Tel Aviv e seus asseclas.
É com apreensão que a comunidade muçulmana de Curitiba – e podemos dizer do Brasil – recebeu as informações de que um atentado a bomba foi planejado na capital britânica e na Escócia. Os dados preliminares que nos chegam a partir de agências internacionais dão conta de que supostos militantes de grupos extremistas, de orientação islâmica, estariam ligados ao fato.
Como muçulmanos e fiéis seguidores dos ensinamentos do Alcorão Sagrado, do Profeta Muhammad (Deus abençoou a ele e a sua Purificada Família e os saudou) e dos Imames Infalíveis, (a.s.) vimos a público repudiar qualquer tentativa de envolver civis inocentes em projetos políticos, econômicos e sociais de quaisquer naturezas, muito menos em atentados violentos. O Islã surgiu para trazer aos homens a palavra do entendimento, do respeito mútuo e da tolerância.
O Islã surgiu, é verdade, para dar, também, alento e inspirar aqueles que lutam para libertar-se da opressão, da injustiça, da miséria física e espiritual. O Islã não coaduna com a tirania e não comunga com a visão dos poderes arrogantes do planeta, que de forma unilateral, querem impor aos povos uma forma única de olhar o mundo e de organizar a sociedade e a economia.
Contudo, esta luta, que é a luta de todos os Profetas (a.s.) e reformadores ao longo da história humana, não implica em atentar contra a vida de inocentes. A batalha pela justiça tem sua ética. Até mesmo os conflitos armados têm suas regras. E o Nobre Profeta Muhammad (s.a.a.a.s) deixou bem claro que os muçulmanos têm o direito sagrado de defender-se, mas nunca de iniciar um conflito. Mulheres, crianças e idosos devem ser poupados da batalha. Além disso, quando o inimigo oferece a oportunidade da paz, ela deve ser imediatamente aceita.
Renovamos, portanto, o nosso repúdio a toda e qualquer tentativa de infringir danos à integridade física daqueles inocentes que vivem seu quotidiano em paz. E alertamos ao público para que fique alerta quanto às tentativas de incriminar os muçulmanos em geral por atos que são cometidos, em nome do Islã, por minorias desorientadas, mal-intencionadas e, muitas vezes, teleguiadas pelos mesmos poderes arrogantes que, atualmente, levam a guerra, a morte, a miséria e a desesperança para milhares de muçulmanos no Oriente Médio.
Causou profunda consternação nos muçulmanos do mundo inteiro a decisão do governo da Grã-Bretanha de conceder o título de “cavaleiro” ao escritor indo-britânico Salman Rushdie. Autor medíocre, dono de uma obra de discutível valor artístico, ganhou notoriedade mundial ao escrever o infeliz “Versos Satânicos”. O livro lançou-o à condição de personalidade mundial, menos pela sua qualidade literária do que pelo “feito” de fazer referências ignominiosas ao Profeta Muhammad (Deus abençoou a ele e à sua família e os saudou), ao Islã e aos muçulmanos.
No ocidente, tornou-se praxe elevar o status dos pseudo-intelectuais, dos “especialistas”, que se lançam à infame tarefa de ofender o Islamismo e os muçulmanos. Outro exemplo pouco edificante é o da jornalista italiana de triste memória, Oriana Falaci, que, em uma de suas diatribes, comparou os árabes a “ratos”. Era uma crítica irascível do Islamismo, afirmando que as mesquitas que estão sendo construídas na Itália “enfeiam” as suas cidades, sem perceber que a Europa deve muito ao Islã por sua evolução social, científica e tecnológica. No entanto, ela não foi considerada anti-semita por seus argumentos irracionais. Pelo contrário, foi incensada como grande intelectual, símbolo da liberdade de expressão, inclusive por publicações brasileiras como a revista Veja.
Outro lamentável exemplo é o da farsante Ayan Hirsi Ali, uma emigrante somali que fugiu para a Holanda. Graças a sua campanha islamófoba e preconceituosa contra o Islamismo, com uma plataforma política baseada no ódio aos muçulmanos, elegeu-se deputada. Então, uma investigação dos serviços policiais holandeses descobriu que ela mentiu ao declarar a idade e o nome verdadeiro – Ayan Magan - para as autoridades holandesas, o que ensejou sua expulsão do país. Seu discurso islamófobo, contudo, ganhou grandes simpatizantes nos Estados Unidos, onde homiziou-se, fazendo sucesso atualmente com seu discurso virulento contra o Islã.
Agora, o governo de sua majestade decide conceder a Rushdie o título de “sir”. Isso nos faz concluir que vivemos em tempos sombrios. Para ser considerada grande personalidade, basta que a pessoa se dedique à pouco honrosa tarefa de ofender a moral dos Profetas e disseminar mentiras e preconceitos contra as culturas e os povos. Especialmente contra o Islamismo e os muçulmanos. Pedimos às pessoas sinceras que tenham discernimento e fiquem atentas aos falsos intelectuais e ao veneno contido nas palavras daqueles que, mal intencionados, espalham a mentira pelo mundo. Nós, muçulmanos brasileiros, lançamos nosso humilde protesto contra esta iniciativa lamentável do governo britânico.
Conflitos sectários estão convulsionando três nações árabes e muçulmanas atualmente: Iraque, Palestina e Líbano. Combates fratricidas opõem irmãos, que lutam entre si por poder, numa luta que, além de tirar a vida de inocentes, atinge templos religiosos sagrados, como o Santuário de Samarra, no Iraque.
Nesse momento, uma questão se impõe: quem está por trás destes crimes? Quem fomenta estas lutas? Quem está jogando irmãos uns contra os outros? A que interesses, afinal, servem aqueles que se lançam a estes conflitos?
Numa resposta apressada, aqueles que não entendem – ou não querem entender – os interesses que dominam a cena política e econômica mundial apontam para o Islã: uma religião de fanáticos, que instiga ao ódio e defende o assassinato. Infelizmente, muitos pseudo-especialistas, ao redor do mundo, divulgam estas informações falsas, culpando o Islamismo. O que fazem, na verdade, é dar vazão ao seu ódio, uma reação esperada de quem não entende o mundo e, num ato de desespero nascido da ignorância, atém-se à aparência dos fatos, restringe-se à sua superfície, apontando “bodes expiatórios”.
Para nós, estes conflitos são claramente fomentados pelos poderes arrogantes do mundo. Cientes da importância estratégica do Oriente Médio, especialmente como fornecedor do insumo que compõe a principal matriz energética do mundo, o petróleo, as super-potências fomentam a discórdia entre os povos. É a velha tática de “dividir para governar”, que tanto morticínio provocou ao longo da história humana. Longe, portanto, de dificuldades ou falhas teológicas intrínsecas à Religião Islâmica, que propugna o amor e o respeito ao próximo, estes conflitos são criados e insuflados pelos agentes das potências arrogantes do mundo. Infelizmente, elas encontram entre os indivíduos mais fracos e suscetíveis das nações islâmicas alguns asseclas e colaboradores, que se rendem ao canto da sereia do lucro e do poder para lançar-se contra seus irmãos.
Conclamamos os muçulmanos a estar alertas quanto às maquinações diabólicas dos materialistas e falsos defensores da democracia e da liberdade. Incitamos os muçulmanos de todas as escolas filosóficas a unir-se sob o Estandarte de Muhammad (s.a.a.a.s.) e a defender o Islã. Somente a unidade mantém o Islã forte e a Mensagem de Allah duradoura.
Que a paz esteja convosco!
A comunidade islâmica brasileira entristeceu-se e ofendeu-se com mais um desrespeito à figura do nosso querido Profeta e Guia, o Mensageiro de Deus Muhammad ibn Abdallah, que a paz e as bênçãos divinas estejam sobre ele e sua Purificada Descendência. A Rede Globo de Televisão, num infeliz episódio do programa “A Diarista”, divulgou cenas em que denigre a imagem de Muhammad (s.a.a.a.s.) com piadas de extremo mau-gosto. Além disso, deturpou o comportamento e as crenças dos muçulmanos.
Entendemos que o humor e a graça são essenciais na vida humana. Viver com alegria e compartilhar momentos de descontração tornam nosso quotidiano mais leve e aprazível. Por outro lado, defendemos que isto deve ocorrer sem ofensa às culturas e às crenças dos cidadãos que integram a sociedade brasileira, diversa e acolhedora. Entendemos que deve haver um limite à ação humana, dada pelo respeito ao modo de ser e pensar dos indivíduos e, em especial, aos Profetas.
Defendemos o direito à expressão do pensamento, mas repudiamos o desrespeito, a difamação, o modo rasteiro e a falta de critérios na produção e divulgação de peças supostamente “artísticas”. A liberdade de expressão tem um limite, que é o respeito ao próximo. Infelizmente, neste episódio, a equipe de produção do seriado “A Diarista”, bem como a Rede de Televisão que a emprega, provocou grande mágoa entre os muçulmanos brasileiros. Seria de bom alvitre que tal emissora, humildemente, se retratasse.
Narrou Annás ibn Málik que, quando o Mensageiro de Deus (s.a.a.a.s.) chegou de uma incursão a Tabuk, foi recebido por Saad Al-Ansári. O Profeta (s.a.a.a.s.), então, estendeu-lhe a mão e disse-lhe: “O que provocou estas calosidades nas tuas mãos?”. Respondeu Saad: “Óh, Mensageiro de Deus! Trabalho com uma corda e uma pá e (o produto do meu trabalho) gasto com minha família”. Então, o Mensageiro de Deus (s.a.a.a.s.) beijou a sua mão e disse: “Esta é uma mão que o Fogo (do Inferno) não tocará”. (Usud Al-Ghábah, t. 2, p.269).
Deus Altíssimo, do alto de sua infinita Clemência, Misericórdia, Bondade e Generosidade, de ao homem a faculdade da razão. E, por meio dela, habilitou o homem a agir sobre o mundo, transformando-o e retirando dele o seu sustento. Assim sendo, o trabalho é uma das mais dignas e nobres ações do homem. Por meio do trabalho, o ser humano molda a natureza de acordo com suas necessidades, aproveitando por meio de sua ação consciente os benefícios e maravilhas dispostas por Deus à sua sobrevivência.
Por isso, devemos celebrar o Dia do Trabalho como uma data muito importante. E, ao homenagear o Trabalho, louvamos, também, a figura do Trabalhador. É ele que, com seu esforço físico e mental, transforma a natureza bruta em algo benéfico para a sociedade. Por meio de sua inteligência e força, supre as necessidades materiais do homem, em todos os campos. Não importa se atua na lavoura, no chão de fábrica, na sala de aula ou no escritório, construindo, ensinando, costurando, cozinhando, conduzindo, pilotando, administrando...Todo o trabalho humano, desde que realizado de forma digna e com um propósito justo, é abençoado por Allah.
Finalizamos esta nossa singela homenagem a todos os trabalhadores do mundo, lembrando um dito do Imam Al-Báquer (a.s.): “Abstenha-te da ociosidade e do fastio, pois ambos conformam a chave de todo o mal”. (Bihar Al-Anwar, t. 78, p. 175).
Que Allah abençoe, proteja e ilumine a todos os trabalhadores do mundo!
Disse o Imam Ali ibn Abi Tálib (a.s.): "Abençoada seja a pessoa que sempre teve na mente a outra vida, agiu de maneira a estar apto a prestar contas, esteve satisfeito com o que lhe era suficiente e com Deus permaneceu contente." (Nahjul Balágha)
O atentado que vitimou 32 pessoas inocentes – 33 contando com o assassino – no campus da Universidade Virgínia Tech, nos Estados Unidos, estarreceu o mundo inteiro. O fato choca a todos porque toca a sensibilidade do ser humano e nos faz pensar na fragilidade da vida humana. Pensamos nos pais que se despediram dos filhos ao deixá-los na faculdade e, mais tarde, receberam a triste notícia em casa ou no trabalho. E rogamos ao Altíssimo para que conforte aqueles que ficaram na dor da perda de um ente querido e que receba as almas dos inocentes.
Também vemos com muita tristeza que uma pessoa visivelmente desequilibrada tenha usado o nome de Profetas como Moisés, Jesus e Ismael (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com eles) para justificar seus atos cruéis. Nós, muçulmanos, cremos que os Mensageiros Divinos são infalíveis e imaculados. Deus, do alto de Sua infinita bondade, clemência e misericórdia, jamais escolheria opressores, pecadores ou indivíduos iníquos para ser os portadores de Sua mensagem.
Em momentos tristes como estes, buscamos n’Ele a força para suportar a tragédia. Este fato, que repercute sobre todos nós, nos faz pensar, também, em viver da melhor maneira, o que significa buscar fazer o bem ao próximo. Não sabemos quando Deus nos chamará. Ele é nossa origem e para Ele é o nosso retorno. E apenas Ele sabe a hora. Devemos ter no horizonte nossa próxima vida e ter a certeza de que prestaremos conta de nossos atos. Podemos sair de casa, pela manhã, para o trabalho, o estudo ou o lazer. E não retornar. Tenhamos sempre Deus e Seus ensinamentos no coração e na mente. E busquemos n’Ele a fortaleza para suportar as dificuldades da vida terrena.
Que a paz esteja convosco!
02 de Rabi Athani de 1428 (A.H.) – 20 de abril de 2007 (A.D.)
“Todas as vilanias foram dispostas em uma mansão e a mentira foi disposta como a sua chave” - Abu Muhammad Al-‘Askari
O planeta atravessa uma fase deveras preocupante. Os grandes poderes do mundo têm usado da mentira, de forma sistemática e inescrupulosa, como arma para a consecução de conquistas de ordem política e econômica. Para tanto, criam estratagemas complexos, lançam mão de uma estrutura propagandística intrincada e global, denegrindo a imagem daqueles que consideram seus “inimigos”. Após ampla e massiva lavagem cerebral, depois de terem enganado a todos, sobrevém a guerra, o assassinato de inocentes, o padecimento de populações inteiras.
Os povos da Palestina, Afeganistão e, mais recentemente, do Iraque, são vítimas deste tenebroso e mortal jogo de poder. A mentira faz dos palestinos, afeganes e iraquianos, que lutam para libertar sua terra da opressão, terroristas frios. Já os poderes arrogantes do mundo, que empregam a mais sofisticada tecnologia militar para invadir, ocupar e destruir o território alheio, são qualificados de “humanistas”, “democráticos”, “libertadores”. Do alto de sua prepotência, utilizam uma pretensa superioridade moral como subterfúgio para escravizar as nações. Por fim, disseminam a discórdia e os sectarismos, aproveitando-se do caos para lucrar.
A vítima da vez é a República Islâmica do Irã. Soberanamente, a marinha do país capturou 15 marinheiros que, ilicitamente, realizavam manobras militares em suas águas territoriais. Aos prisioneiros está sendo prestado um tratamento humano e cordial. Eles têm acesso aos meios de comunicação e quase que diariamente aparecem nos vídeos do mundo inteiro, reconhecendo os erros do governo a que, desafortunadamente, servem. Algo muito diferente das pilhas de corpos nus de Abu Ghraib, reduzidos à condição de joguete nas mãos de dementes sado-masoquistas, ou da humilhação a que são sujeitos os prisioneiros de Guantánamo, incomunicáveis e, invariavelmente, filmados ao longe, às escondidas, passando as poucas horas que podem ao sol com as mãos acorrentadas para trás.
Na recente crise envolvendo a detenção dos espiões britânicos em águas territoriais iranianas, tem-se claramente, a definição de dois campos cultural e eticamente diversos. De um lado, temos Estados Unidos e Grã-Bretanha, potencias globais dominadas por governos conhecidos e reconhecidos mundialmente como mentirosos. Armaram ambos, há não muito tempo atrás, um grande teatro, justificando com mentiras, para o mundo inteiro, que era necessário invadir o Iraque, pois seu ditador desenvolveria armas de destruição em massa. Até uma ligação do regime anterior iraquiano com a Al-Qaeda foi inventada. O mundo inteiro está, hoje, sabendo que tudo não passou de falsas afirmações. As armas de destruição em massa não foram encontradas e, ironia das ironias: manipuladas por aqueles que dizem ser seus “defensores”, voltam-se contra os iraquianos, que morrem às dezenas, diariamente.
Do outro lado, temos a República Islâmica do Irã, um país muçulmano. Uma nação que, há quase três décadas, decidiu dizer não, de forma soberana e altiva, aos ditames emitidos de fora de suas fronteiras. Habitado por um povo orgulhoso de sua cultura que remonta a dez mil anos, que se levantou contra o regime opressor do Xá Reza Pahlavi e em seu lugar instalou o primado da piedade e da justiça social. Um país que decidiu trilhar de maneira autônoma a busca do progresso científico e tecnológico, que estabeleceu um regime democrático baseado na Palavra Divina. E que mostrou a todo o planeta que a administração das coisas do mundo deve ser orientada por diretrizes de ordem superior, infensas às injunções falhas da natureza humana. Esta é a verdade. Uma verdade que a arrogância, a prepotência e a hipocrisia não conseguirão apagar.