Família e Mulher
Na realidade, a resposta para esta questão deve levar em conta os detalhes das situações destas pessoas que têm a possibilidade de enfrentar tais casos. Mas, e principalmente, a mulher muçulmana deve praticar todas as leis e doutrinas religiosas onde ela puder, e não é permitido que a sua prática, ou algo relacionado a ela sejam ameaçados. Por exemplo: a prática do jejum no mês do Ramadã é obviamente obrigatória, mas se esta prática prejudica a saúde daquele que jejua (ameaçando a vida dele), neste caso, não é permitido praticar o Jejum. Então, o caso de a vestimenta Islâmica chamar atenção não é uma justificativa que permita à mulher muçulmana tirar esta vestimenta. Mas, se a mulher precisa realmente trabalhar em uma função de sua especialidade e esta função não permite que ela use a vestimenta Islâmica, e não havendo outra alternativa para trabalhar, ou não há outros recursos para sustentar-se dignamente, daí, então, a lei Islâmica considera estas situações rigorosas e permitirá a esta mulher o não uso da vestimenta Islâmica tradicional.
Primeiramente temos que analisar o ambiente onde será realizada tal festividade. Caso seja uma confraternização entre amigos, ou uma festa (de libertinagem, por exemplo) deve observar se não há elementos ilícitos no local, como álcool, alimentos proibidos por Deus, músicas impróprias, etc. Estes cuidados devem ser observados sempre, sejamos solteiros ou casados. Caso a reunião seja de cunho religioso, social, político, humanitário, entre outros. Então não haverá problema algum para uma jovem solteira em participar.
A regra em suas participações nos atos sociais ou outros é que ela deve proteger-se com seus hábitos, suas atividades e seus movimentos. Neste caso, deve fazer uma auto-avaliação sobre estas participações. E isso não é aplicável apenas para uma muçulmana e sim também par o muçulmano. Onde ele pode ir, quais amigos e companheiros deve escolher para acompanhá-los.
A mulher é considerada como um ser importantíssimo na construção da sociedade humana e ela, de acordo com a visão islâmica, também, é considerada como uma representante de Deus altíssimo aqui na Terra e ninguém pode negar o seu importante e crucial papel nesta vida. Tudo isto deve ser observado quando ela exerce o seu papel como um ser humano e não apenas como um mero ser feminino. Em vista disto, a religião islâmica trata este tema com muito zelo e profundidade pois, esta religião provém do criador do universo que é sapientíssimo e conhecedor de todas as coisas, sejam benéficas ou maléficas, ou que afetam a vida do ser humano. Por isto, a lei islâmica elaborou normas especiais para a mulher e levou em consideração o seu lado emocional, sua amabilidade, sua sensibilidade, além da sua delicadeza e o seu lado físico , entre outros.
Citemos, quanto a este tema, um trecho do Alcorão: "E se receardes não poder tratar os órfãos com eqüidade, desposai tantas mulheres quantas quiserdes: duas ou três ou quatro. Contudo, se não puderdes manter-se igualmente entre elas, então desposai uma só (...)" (4:3)
O Islã permite o casamento de um homem com até quatro mulheres, mas estabelece limites muito rigoroso quanto a esta permissão. Se decidir desposar mais de uma mulher, o homem deve tratá-las com equidade, o que significa comprar-lhes os mesmos bens, dar-lhes a mesma atenção e o mesmo carinho. Como a manutenção de uma família implica em dispêndio, tem-se que a poligamia, nos países islâmicos, é restrita a círculos de pessoas financeiramente muito bem aquinhoadas.
É preciso destacar, ainda, que o reconhecimento jurídico da poligamia, dentro do marco específico da religião e da sociedade islâmica, gera obrigações legais inalienáveis do homem com suas esposas e filhos. Fugir a estas responsabilidades implica em severas sanções penais contra o infrator.
É preciso destacar que a poligamia no Islã ocorre segundo regras legais estritas, obedecendo a normais morais e éticas rigorosas. Trata-se, no entanto, de um contraponto interessante com relação ao Ocidente, onde a poligamia não é reconhecida oficialmente, mas praticada de maneira informal, gerando conflitos, angústia e desencontros familiares.
De acordo com o Islamismo, a mulher deve ser tratada com dignidade e respeito. Ao contrário do que se pensa no Ocidente, o Islã, desde o seu surgimento, alçou a mulher a uma condição social e política que ela nunca teve na história da humanidade e que, mesmo no Ocidente, só veio a usufruir no século passado!
Logo que apareceu, o Islã eliminou uma prática abominável que acontecia na Arábia pagã: meninas recém-nascidas, se não fossem do agrado do seu pai, eram enterradas vivas. Além disso, concedeu às mulheres o direito à herança e ao voto, isso já no século VII da era cristã. O Alcorão já revelava que tanto o homem quanto a mulher têm direito ao Paraíso, se agissem de forma piedosa. A título de exemplo, lembremo-nos que na Inglaterra, até o século XIX, discutia-se em alguns círculos cristãos se a mulher possuía alma.
Um célebre hadith do Profeta Mohammad (A.S.) cita que "O amor à mulher é parte da moral dos Profetas". Outro dito do Profeta lembra que "O Paraíso repousa sob os pés das mães". Reza ainda a tradição islâmica que quando sua filha Fátima chegava, o Profeta corria para ela e lhe dizia: "Que a paz esteja contigo, mãe de teu pai!".
Quando quer denegrir a imagem do Islã, a mídia ocidental estampa nos jornais e nas telas de TV as mulheres muçulmanas usando o hijab, ou véu. Lembremo-nos que a Virgem Maria, símbolo maior de castidade e pureza para todos nós, cristãos e muçulmanos, sempre é retratada usando véu. Para serem recebidas em audiência por sua Santidade o Papa, as mulheres devem cobrir a cabeça; e até há pouco tempo as mulheres iam às igrejas com as cabeças cobertas.
O traje usado pelas mulheres muçulmanas, em lugar de sinal de opressão, é símbolo da sua liberdade. No mundo islâmico, ela é admirada mais pelo seu caráter e piedade do que pelas formas do seu corpo. Os muçulmanos não concordam com a exploração da imagem feminina no Ocidente, onde a opressão à mulher esconde-se sob o disfarce da "liberdade" e onde, infelizmente, a figura feminina é usada para vender bebidas alcoólicas, automóveis, cigarro, discos, artigos de vestuário e para incentivar o erotismo.
História Islâmica
Certamente, a religião islâmica foi estabelecida por Deus Altíssimo como sendo uma religião Divina. Suponhamos que houvesse um atraso por certos muçulmanos. Não é justo condenarmos o Islamismo por este atraso, pois, devemos verificar os reais motivos deste atraso. Pode ser o resultado do próprio muçulmano, ou perseguições feitas por colonizadores e forças predominantes. Esta mesma religião tem elementos para provar uma evolução para toda a humanidade e em todas as épocas.
A palavra taleban significa Estudantes na língua oficial do Afeganistão (posht) e esta mesma palavra é utilizada com o mesmo significada na língua persa do Irã e na língua urdu no Paquistão e na índia. A palavra Taleban é o plural da palavra Taleb que significa Estudante nas línguas que foram mencionadas acima. Politicamente eles são grupos radicais, Fechados em sua prática religiosa em seu país de origem, o Afeganistão, e os seus líderes foram estudantes das escolas Wahabitas ( seita dos grupos islâmicos extremistas e radicais que surgiu na Arábia Saudita no século XIX).
O Islamismo é uma religião divina que, através delas, Deus Altíssimo selou todas as demais religiões monoteístas que a antecedeu. O significado do islamismo, de uma forma abreviada, é a submissão e obediência a Deus Altíssimo. Esta sagrada religião surgiu aproximadamente no ano 610 d.C. e é considerada aquela que completou as demais religiões monoteístas anteriores. Nós, muçulmanos, cremos que Deus Altíssimo é Sapientíssimo, Ele é o conhecedor de todas as necessidades do ser humano que o ajuda em seu aperfeiçoamento. Nota-se que os historiadores, quando falam ou comentam sobre a fase pré-islâmica da história se reportam a ela como sendo um período obscuro da humanidade e em especial na península arábica onde maioria da população era composta de idólatras, incrédulos e grupos criminosos. Deus Altíssimo, através de sua infinita sabedoria e sua infinita misericórdia, enviou seu mensageiro, o Profeta Mohammad (A.S.), para salvar a humanidade da perdição.
Na realidade, o que ocorreu na história islâmica é o mesmo que ocorreu na historia cristã e judaica e nós como muçulmanos cremos que a presença do Profeta Mohammad (A.S.) foi o motivo da união islâmica. Por isto, Deus altíssimo no Sagrado Alcorão, na terceira Surata do versículo 144, afirma:
"-... E Mohammad (A.S.) foi um Mensageiro que o antecederam os demais mensageiros, e se for morto ou assassinado, vocês se tornarão desorganizados e quem se torna desorganizado não irá prejudicar Deus em nada, e Deus recompensará os agradecidos"
Infelizmente, após o doloroso falecimento do Profeta Mohammad (A.S.), a nação islâmica encontrava-se ainda nova e adolescente em suas práticas e ensinamentos religiosos. A maioria de seus seguidores ainda não conseguia abandonar os seus costumes, mitos e as ignorantes tradições que praticavam no período pré-islâmico. Por tais motivos, entre outros, houve uma rápida cisão na nação islâmica e isto causou diferentes interpretações das fontes do pensamento islâmico e o surgimento de várias escolas de pensamento e o aparecimento de diversos grupos políticos durante o período pós-islâmico.
As diferenças são principalmente políticas e se estabeleceram logo após o falecimento do Profeta Mohammad (A.S.). Para os Xiitas, o califado é o comando político da comunidade (Umma) muçulmana. Para estes, a Umma, deve ser chefiado pelos membros da família do Santo Profeta (A.S.).
Neste sentido, de acordo com a visão xiita, o primeiro califa deveria ter sido o Imam Ali ibn Abi Talib, primo e genro de Mohammad (A.S.); casado com sua filha Fátima. Os seguidores deste Imam pertenciam ao grupo conhecido como "xi 'at 'Ali", ou "Partidários de 'Ali". É desta palavra árabe xi 'at que vem o termo xiita. A escola xiita defende que o Imam sucessor do Profeta deve ser escolhido por Deus e denominado pelo Profeta, que é o transmissor legítimo da mensagem divina. Já os sunitas defendiam a idéia que acabou sendo aceita: o califa deveria ser eleito entre os muçulmanos.
Tanto os Xiitas quanto os sunitas, contudo, acreditam e professam os mesmos dogmas e ambos os grupos praticam os Cinco Pilares da Religião.
O Islã surgiu no ano de 610 da Era Cristã, no deserto do Hedjaz, no país atualmente conhecido como Arábia Saudita. Naquele ano, o então comerciante Mohammad Ibn Abdallah (A.S.) (em português Maomé), que nasceu em 570 da Era Cristã, recebeu as primeiras revelações de Deus Altíssimo, por intermédio do Arcanjo Gabriel, ocasião na qual soube que havia sido escolhido como Mensageiro de Deus.
Mohammad (A.S.), vivia na cidade de Meca, era uma pessoa digna, um comerciante justo e dotado de grande bom senso e amor ao próximo. Antes mesmo de receber a revelação divina, era consultado pelos seus contemporâneos para solucionar litígios, julgar disputas e dar conselhos. Todos o conheciam como Al Amin, “o confiável”.
Num dos retiros que freqüentemente realizava nas montanhas próximas à Meca, numa noite do mês de Ramadã do ano de 610 , (Mohammad (A.S.) recebeu a visita do Arcanjo Gabriel, que lhe recitou a primeira Surata (capítulo) do livro sagrado islâmico, o Alcorão.
A mensagem transmitida pelo Profeta suscitou a ira dos povos pagãos da Arábia, que empreenderam grande perseguição a Mohammad (A.S.). Então, por ordem de Deus Altíssimo, no ano de 622 , ele e, até então, seu pequeno grupo de seguidores partiram para Medina. Este evento ficou conhecido na história como Hégira. Este acontecimento , fundamental na evolução do Islamismo, marcou o início do calendário muçulmano. Hoje, os muçulmanos estão no ano de 1426, de acordo com o calendário lunar.
Os fundamentos da Religião Islâmica são três: a crença em Deus Único; o Profeta Mohammad (A.S.) é Seu Mensageiro; e a crença no Dia do Juízo Final. Há também, “Os Cinco Pilares da Religião” , que são: as orações diárias (salát), cinco vezes; a esmola (zakat); o jejum (saum); a peregrinação à Meca (haj); ordenar o bem e proibir o mal.
Ideologia
A data de nascimento do Profeta Mohamad (A.S.) é o mês de Rabi'ul Âual do ano 570 da Era Cristã, na cidade de Meca na Arábia Saudita, ano nomeado como o ano do elefante na cultura pré-Islâmica. Sua morte ocorreu em 28 de Safar do ano 11 da Hégira , correspondente ao ano 633 da Era Cristã. Ele foi sepultado na cidade de Al-Medina Iluminada.
: No início da revelação, pelo fato de o Profeta (A.S.) ser um homem iletrado, ele ouvia o trecho recitado pelo Arcanjo Gabriel, por ordem de Deus, e em seguida transmitia oralmente aos primeiros muçulmanos, os quais anotavam no material disponível da época (tábuas de argila, omoplata de camelo, pergaminhos, etc.). O fato de o Profeta ter sido iletrado foi uma necessidade para que Deus Altíssimo completasse as condições de realizar o milagre do Sagrado Alcorão. Isto significa que, mesmo sendo iletrado , o Profeta conseguiu dar aos habitantes da Arábia um livro, o mais elevado por sua literatura , o mais perfeito por sua eloqüência e o mais profundo por seu significado. Tudo isso indica que o Sagrado Alcorão foi uma peça Divina milagrosa que nenhum homem pode trazer ou fazer igual. Suponhamos que o Profeta Mohammad (A.S.) soubesse ler e escrever: isto significa que, para isto, ele deveria estudar com um professor e este professor provavelmente influenciaria culturalmente o pensamento de seu aluno. No caso do Profeta Mohammad (A.S), para que Deus Altíssimo não permitisse a ninguém criticar ou duvidar da credibilidade da profecia do Profeta Mohammad (A.S.) e do Sagrado Alcorão, Deus Altíssimo elegeu o Profeta Mohammad nesta condição.
A prática é considerada ação essencial e importante na vida de um muçulmano e, por isso , Deus Altíssimo, no Sagrado Alcorão nunca citou palavras de crença ou crentes separados da prática. Os crente são sempre aqueles que praticam o bem e realizam as ações benéficas que auxiliam os necessitados e aliviam os angustiados, etc. Então, a fé Islâmica e a prática religiosa são como dois olhos importantes para um muçulmano que está buscando a perfeição na Senda Reta (Caminho Correto).
Antes de explicar alguns detalhes da diferença entre as escolas do pensamento Sunita e do pensamento Xiita, devemos confirmar que estas duas escolas de pensamento Islâmico mantém 90% de detalhes em comum. Estes detalhes em comum, estão sendo, em vários campos tanto da ideologia, como de normas praticadas. E a partir disso todos os muçulmanos (Xiitas ou Sunitas) acreditam profundamente nas seguintes crenças: Unicidade Divina - monoteísmo - na Profecia do Profeta Mohammad, no dia do Juízo Final, na credibilidade do Sagrado Alcorão, as 5 Orações Diárias, Jejum do Mês do Ramadã , peregrinação, zakat - contribuição-, ordenar para as ações boas, proibir as ações más; amar e respeitar, consagrar a Família do Profeta Mohammad e uma infinidade de atividades descritas no Sagrado Alcorão.
As diferenças entre essas duas escolas podem ser mencionadas de uma maneira simples: os Xiitas acreditam que O Imam Ali Ibn Abi Taleb foi escolhido por Deus o primeiro sucessor do Profeta Mohammad (A.S.) e eles (Xiitas) acreditam também que a sucessão do Profeta deve ser indicada somente por Deus Altíssimo. Os Sunitas acreditam que a sucessão do profeta Mohamad (A.S.) deve ser pela Nação Islâmica. É nesse sentido que eles entendem a escolha pelos muçulmanos do primeiro Khalifa Abul Baker como sucessor do Profeta.
Outra diferença é que a escola Sunita acredita na impecabilidade e infalibilidade de todos os companheiros do Profeta (aqueles que viveram próximos a ele). A escola Xiita não acredita nesta totalidade dos companheiros do Profeta com impecável. No Sagrado Alcorão há vários versículos que explicam detalhadamente a respeito de alguns companheiros do Profeta (que viram as atitudes do Profeta) com sendo hipócritas e maldosos. Por isso, na escola Xiita a palavra companheiro deve ser dita somente para aqueles companheiros sinceros, fieis, obedientes e seguidores verdadeiros do Profeta Mohammad (A.S.), e não de todos os que viram o Santo Profeta.
A Intercessão é uma atitude essencial e natural dos seres humanos n sua vida cotidiana. Por isto, nós encontramos na história islâmica, muitos companheiros do Profeta Mohammad (A.S.) que intercederam através do Profeta para que Deus Altíssimo atendesse seus pedidos e necessidades. E isto da seguinte maneira:
- Quando um muçulmano intercede através do Profeta Mohammad (A.S.) por exemplo, não associa o Profeta Mohammad (A.S.) a Deus glorificado seja. Pois, a razão da intercessão, e Deus Altíssimo realiza o que lhe apraz, é atender a necessidade do muçulmano pela intercessão do Profeta Mohammad (A.S.) devido a sua proximidade de Deus Altíssimo. Pois, o simples muçulmanos devido a suas ações e práticas mesclados com seus erros não está no mesmo grau dos Profetas de Deus. Por isto, considera-se um ser falível e daí a necessidade da intercessão dos infalíveis. Se nós observarmos as sociedades do mundo inteiro , constatamos que a natureza humana sempre necessitou de intercessão para resolver suas necessidades. Deus Altíssimo diz no Sagrado Alcorão, no capítulo 21-versículo 28: "Deus Altíssimo não aceitará a intercessão de ninguém a não ser daqueles agraciados por Ele, Glorificados Seja" ; e disse no Cap. 2, no versículo 255 o seguinte: "Não haverá intercessores diante dele a não ser aqueles autorizados por Ele...".
No famoso livro de narrações proféticas de Al Bukhari no 8º Volume, página 94, narra o seguinte:
"Um Companheiro do Profeta (Chamado de Al Sa-eb) disse certo dia: visitei com a minha tia o Profeta Mohammad (A.S.) e ela falou ao Profeta: Oh mensageiro de Deus, o meu sobrinho (Eu) está doente, então imediatamente o Profeta Mohammad (A.S.) passou sua mão sobre a minha cabeça e suplicou a Deus para me Abençoar e depois fez a sua ablução (a limpeza ritual para os muçulmanos) e eu (Al Sa-eb) ingeri do resto da água da ablução". Através desta narração, bem com de outras, compreendemos que os companheiros do Profeta (A.S.) o consideravam como sendo um intercessor junto a Deus Altíssimo para que Deus curasse suas enfermidades.
A intercessão dentro da Cultura Islâmica é um assunto polêmico. A escola Wahabita nega totalmente a intercessão a Deus Altíssimo em qualquer coisa ou ser humano, incluindo a intercessão dos profetas e mensageiros Divinos. Por sua vez, as escolas Xiitas crêem na intercessão condicionada ou seja, podem solicitar a intercessão dos seres humanos infalíveis e impecáveis como os Profetas, os Mensageiros de Deus, os Mártires e os Imames (da família Sagrada do Profeta) entre outros. A escola sunita também acredita na intercessão condicionada.
Os Pilares da religião Islâmica são tão importantes quanto a importância dos pilares de um edifício bem estruturado. Se houver um grande edifício, por exemplo, onde um dos seus pilares inexiste ou foi mal estruturado, será que esta construção oferece segurança e confiança para residir nela?
O Apocalipse que foi citado na Bíblia atual não é aceitável em sua totalidade. A cultura Islâmica tem inúmeras citações provenientes do Sagrado Alcorão e das tradições proféticas e os ditos da purificada família do Profeta (Ahlul Bait) que nos explicam detalhadamente alguns fenômenos naturais, sociais, espirituais, políticos entre outros, que acontecerão como sendo sinais do fim do mundo.
A santidade é um título que Deus Altíssimo concede a qualquer ser humano que possui características específicas tais como: sinceridade, purificação espiritual, obediência a Deus Altíssimo, submissão à vontade Divina, sabedoria, humildade, benevolência etc.. Quando o Homem possui tais características, a Religião Islâmica o considera como sendo um representante de Deus Altíssimo na Terra e a partir daí ele é considerado Santo. Porém, o islamismo proíbe considerá-lo como sendo uma divindade a ser cultuada porque todas as suas características são provenientes de Deus; o único merecedor de louvação , pois Ele é O Sapientíssimo, O Criador de tudo que existe neste universo, que não necessita de nada e de ninguém.
Resumindo, pode-se dizer que a Santidade é uma porta aberta para todos os homens quando eles aplicam as características acima mencionadas.
Na realidade, o Profeta Mohammad (A.S) e sua purificada família e seus fiéis companheiros, nos indicaram um caminho seguro do ponto de vista do conhecimento para interpretar o Sagrado Alcorão de uma forma correta. O próprio Profeta (A.S.) interpretou alguns versículos sagrados para que os muçulmanos possam saber como interpreta-lo, principalmente por conter uma profunda riqueza do poto de vista literário, da eloqüência e da epistemologia. Não é fácil nem simples a alguém interpreta-lo.
Porém, a nação islâmica (culturalmente) fora afetada por certos interpretadores que distorceram os verdadeiros significados do Sagrado Alcorão, especificamente os grupos seguidores do ocultismo (esoterismo - Al batiniyyah) e os seguidores do revelado (Al-zahiriyyah) que professa a interpretação literal do sagrado alcorão. A nação islâmica lamentavelmente fora afetada por alguns governantes injustos e oportunistas que se aproveitaram dos textos côranicos para protegerem os seus próprios interesses políticos e de outros. Neste pequeno espaço não podemos ampliar nossa explicação sobre as diferentes interpretações das escolas do pensamento islâmico.
O Islamismo acredita que o ser humano possui o livre arbítrio; pode escolher o caminho que quiser e pratica o que lhe apraz de uma forma espontânea. Porém, há coisas ou eventos ou acontecimentos e incidentes que fogem da capacidade humana. Tais fatos são pré-determinados por Deus Altíssimo de conformidade com a Sua infinita sabedoria e infinito poder. E Ele tudo pode, nada é impossível para o Criador do universo e ele é o único vivo que nunca morre.
O Islamismo crê que irão acontecer diversas transformações mundiais e alterações naturais em níveis também mundiais, antes do dia do juízo final, oportunidade em que aparecerão o Imam Al Mahdi e o Profeta Jesus filho de Maria (que a paz de Deus esteja com eles). Porém, as fontes islâmicas sobre tais eventos e fatos falam de alguns episódios de uma forma diferente do que consta no livro do Apocalipse.
Em conformidade com os versículos do Alcorão Sagrado , os muçulmanos crêem que o Profeta Jesus cristo filho de Maria, ainda está vivo e não morreu e não foi crucificado. Os muçulmanos crêem que ele retornará no fim dos tempos com um guia e líder religioso descendente da linhagem sagrada da família do ultimo dos profetas, isto, é, Mohammad (A.S.) que se chama de Al Mahdi. Retornarão e estarão juntos no fim dos tempos , onde preencherão a terra de justiça e equidade como fora a terra preenchida de injustiça e iniqüidade.
A morte é uma realidade que ninguém pode escapar ou ficar a salvo dela, é uma transição deste mundo para o mundo pós-terreno. Na visão islâmica o corpo humano foi criado do barro e o espírito e a alma humana foram criados por decisão divina. Por isto, quando o ser humano vem a falecer, ele abandona o corpo neste mundo terrestre e se submete a uma determinação divina. Em função disto, , a religião islâmica considera a morte como uma ponte para passar a uma outra vida, e, esta outra vida, o homem pode construí-la através de suas ações praticadas nesta vida espontaneamente.
Certo dia chegou um companheiro de nosso Profeta Mohammad (A.S.) e perguntou-lhe sobre este assunto. Ele (A.S.) respondeu que os paraísos contêm características de convivência privilegiada que nunca foi vista ou ouvida por ninguém neste mundo; nunca foi imaginada por ninguém. Por isso, a vida no paraíso é mais específica e mais profunda não só no sentido material como também no sentido espiritual . Assim sendo, ambos os sentidos humanos funcionarão lá de maneira mais perfeita e completa .
Sim. O muçulmano deve acreditar na existência do paraíso e do inferno; do castigo e da recompensa e no purgatório porque o pensamento islâmico obriga os muçulmanos a acreditarem na justiça divina e essa justiça se manifesta de uma maneira clara e objetiva no dia do juízo final quando os homens serão julgados perante Deus Altíssimo, depois do dia da ressurreição.
Acreditamos que o único ser imortal que existe no universo é Deus Altíssimo, glorificado Seja. Quando criou a alma humana criou-a de sua parte espiritual. A alma foi criada e todas as criaturas criadas por Deus altíssimo são mortais pois, caso contrário, existiria outro ser imortal além de Deus Altíssimo e isso não é compatível com a idéia que Deus Altíssimo É o Único Ser Eterno e Infinito.
Certamente. O terceiro pilar dos fundamentos da religião islâmica é acreditar na vida pós-morte; na ressurreição, no juízo final e na recompensa ou castigo. A recompensa e o castigo estão relacionados às ações que o ser humano cometeu na vida terrena espontaneamente.
Os muçulmanos que seguem a crença islâmica e praticam as leis divinas que estão mencionadas no Sagrado Alcorão e nas tradições do Profeta Mohammad acreditam que ele possa os salvar no dia do juízo final se eles cumprirem todas as condições exigidas para a salvação. Estas condições são básicas para vida de um ser humano devoto e submetido a Deus Altíssimo, e isso não significa que só eles vão ser salvos, mas também os seguidores de outras religiões divinas e monoteístas quando praticam e seguem as suas doutrinas autênticas e puras as quais foram reveladas aos profetas Moisés e Jesus filho de Maria.
A fé islâmica entende o profeta Jesus (A.S.), filho de Maria como um dos mais elevados profetas que Deus altíssimo enviou à humanidade e sua gestação e sua infância e sua vida eram cheias de atos milagrosos. Ele era um ser humano infalível, impecável e o mais perfeito. Ele foi perseguido pelos judeus e incrédulos daquela época e também nós acreditamos que o Profeta Jesus filho de Maria não foi crucificado e muito menos ressuscitou. Ele, imediatamente, foi levado a Deus Poderoso através de uma ação milagrosa. O pensamento islâmico que fluiu das fontes islâmicas (o Sagrado Alcorão e as tradições proféticas ) obrigam o todo muçulmano acreditar na missão do profeta Jesus, filho de Maria.
Crer em Jesus Cristo e na Virgem Maria (que a paz esteja com eles) é obrigação fundamental de todo o muçulmano. Para ser considerado muçulmano, o indivíduo deve não só acreditar em ambos, mas em todos os Profetas enviados por Deus Altíssimo aos homens antes de Mohammad (A.S.), como Noé, Abraão, Moisés, David e João, entre outros. Todos eles são considerados, pelos muçulmanos, como seres humanos infalíveis e impecáveis, verdadeiros exemplos, escolhidos por Deus Altíssimo para guiar a humanidade e transmitir a Sua palavra.
Jesus Cristo e sua Santa Mãe, a Virgem Maria, têm grande importância para os muçulmanos. Tanto que há uma Surata inteira, intitulada "Mariam" (Maria, em árabe), a de número de 19 do Alcorão, que fala da anunciação, concepção e nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Para os muçulmanos, ele é um Profeta, que disseminou as mensagens da crença em Deus Único e do amor ao próximo. Os muçulmanos crêem que ele subiu ao Céu e que voltará no Dia do Juízo Final para presidir, ao lado do Imam Al-Mahdi, o julgamento de toda a humanidade. Não cremos, contudo, que ele seja filho de Deus.
Não. O Deus dos muçulmanos, dos cristãos e dos judeus é o mesmo: Único, Criador dos Céus e da Terra, Onisciente, Onipresente e Onipotente, a origem e o retorno de todos os seres. A única diferença é em relação ao nome. Deus, em árabe, é Allah, assim como em inglês é God, em alemão Gott, em francês Dieu, etc.
A fonte transcendental das três grandes religiões monoteístas é a mesma e é por este motivo que o Islamismo tem semelhanças com o Cristianismo e o Judaísmo. "(...) dize: 'Creio em todos os Livros que Deus fez descer. Foi-me ordenado fazer justiça entre vós. Deus é nosso Senhor e Vosso Senhor. Temos nossas obras e tendes vossas obras. Que não haja discussão entre nós. Deus nos unificará. É para ele que todos caminhamos." (Alcorão, 42 :15).
O Alcorão é a escritura sagrada dos muçulmanos. Composto por 114 Suratas (ou capítulos), registra a palavra literal de Deus Altíssimo, transmitida aos seres humanos no idioma árabe e revelada ao Profeta Mohammad durante 23 anos.
O Alcorão (em árabe Al'Qur'an, que significa "A Recitação") começou a ser composto em 610 , quando o Profeta Mohammad recebeu a primeira revelação. O Profeta, que não sabia ler nem escrever, decorava as Suratas e as transmitia em seguida para seus companheiros, que as registravam em pedaços de peles de animais, ossos e outros materiais rústicos.
Desde a época do Profeta Mohammad até os nossos dias (1400 anos ), não houve uma alteração sequer da mensagem original, nem uma vírgula sequer , nem um acento. O Alcorão é o guia por excelência de todo o muçulmano, orientando-o em relação aos preceitos espirituais bem como ditando normas para sua vida temporal, seja nos aspectos sociais, econômicos ou políticos. Seu conteúdo é profundo, relatando histórias vividas pelos profetas e sábios anteriores a Mohammad (A. S.); exortações de cunho moral, espiritual e político, bem como legislação que orienta quanto às práticas diárias, e outros temas.
Às leis divinas expressas no Alcorão, soma-se a sunna - conjunto de práticas proféticas - e os ahadith - ditos proféticos. Estes dois últimos dão uma conotação específica às normais gerais transmitidas por Deus Altíssimo aos homens através do Alcorão. O tripé Alcorão - sunna, ahadith compõem a base da condução espiritual islâmico.
O Islã surgiu no ano de 610 da Era Cristã, no deserto do Hedjaz, no país atualmente conhecido como Arábia Saudita. Naquele ano, o então comerciante Mohammad Ibn Abdallah (em português "Maomé"), que nasceu em 570 da Era Cristã, recebeu as primeiras revelações de Deus Altíssimo, por intermédio do Arcanjo Gabriel, ocasião em que soube que havia sido escolhido como Mensageiro de Deus.
Mohammad (A.S.), que vivia na cidade de Meca, era uma pessoa digna, um comerciante justo e dotado de grande bom senso e amor ao próximo. Antes mesmo de receber a revelação divina, ele era consultado pelos seus contemporâneos para solucionar litígios, julgar disputas e dar conselhos. Todos o conheciam como Al Amin, "o confiável".
Num dos retiros que freqüentemente realizava nas montanhas próximas à Meca, numa noite do mês de Ramada do ano de 610, Mohammad recebeu a visita do Arcanjo Gabriel, que lhe recitou a primeira surata (capítulo) do livro sagrado islâmico, o Alcorão. A mensagem transmitida pelo Profeta suscitou a ira dos povos pagãos da Arábia, que empreenderam grande perseguição a Mohammad. Então, por ordem de Deus Altíssimo, no ano de 622, ele e seu , então pequeno grupo de seguidores, emigraram para Medina. Este evento ficou conhecido na história como Hégira. Este fato, fundamental na evolução do Islamismo, marcou o início do calendário muçulmano. Hoje, os muçulmanos estão no ano de 1426, de acordo com o calendário lunar.
Os fundamentos da Religião Islâmica são três: a crença em Deus Único; Mohammad é seu Mensageiro; crença no Dia do Juízo Final. Há também, "Os Cinco Pilares da Religião": as orações diárias (salát), cinco vezes; a esmola (zakat); o jejum (saum); a peregrinação à Meca (haj); ordenar o bem e proibir o mal.
A palavra Islã (cuja transliteração correta a partir do idioma árabe é Islam) significa "submissão". Sua origem etimológica é, no entanto, rica em significados e uma explicação a seu respeito revela aspectos importantes da fé muçulmana.
Como em todas as línguas semíticas, as palavras do idioma árabe que guardam relação de significado entre si possuem uma mesma raiz consonantal, normalmente de três letras. A raiz da palavra Islã é composta pelas letras "s", "l" e "m". Trata-se do mesmo grupo de consoantes que formam a palavra árabe "salam", que significa paz.
Isso quer dizer que, para o Islamismo, a submissão sem reservas à vontade de Deus Altíssimo é a verdadeira fonte de paz. Conhecer as leis de Deus (fé, amor ao próximo, respeito mútuo, caridade, fraternidade, tolerância, entre outras) e praticá-las no dia-a-dia pavimenta o caminho para o encontro da verdadeira paz.