O 8° Imam Ali Ibn Mussa – “A Aprovação”

É o Imam Ali Ibn Mussa Ibn Jaafar “Açadeq” Ibn Mohammad “Al-Báquer” Ibn Ali “Al-Assajad” Ibn Al-Hussein Ibn Ali Ibn Abi Táleb (A paz esteja com ele), cognominado de “Al-Reda”, isto é, “O Contentamento”.

Nascimento: O Imam Ali “Al-Reda” (A paz esteja com ele) nasceu na cidade de Medina, no ano de 765 d.C, (sete anos após a morte de seu ano o Imam “Açadeq”, em 148 da Hijra).

E viveu com seu pai durante vinte e cinco anos.

Seu Pai: O Imam Mussa Ibn Jaafar “Al-Cázem”.

Sua Mãe: Era uma escrava chamada Tacatom e servia a mãe do Imam Mussa Ibn Jaafar, e, por ter tido as graças de sua senhora devido a sua humildade, bom caráter e religiosidade, delicadeza e polidez, esta a ofereceu como esposa ao seu filho Mussa “Al-Cázem”, pois ela era predestinada por Deus, por conceber a semente pura na pessoa do Imam Ali Ibn Mussa “Al-Reda”. Quando Tactom deu a luz, o Imam Mussa Ibn Jaafar “Al-Cázem” a apelidou de “Attáhera”, isto é, “A Pura”.

Seus Filhos

Não teve outros filhos além do Imam Mohammad “Al-Jauád”.

Seu Ministério

O Imam Ali Ibn Mussa “Al-Reda” tomou posse do seu ministério no imamato após a morte de seu pai, o Imam Mussa Ibn Jaafar, no ano de 173 da Hijra, prolongando-se por trinta anos, sendo dez anos durante o califado Abássida de Haroun Al-Rachid, cinco anos durante o califado de seu filho Al-Amin e outros quinze anos durante o califado de Al-Mamun Ibn Haroun Al-Rachid.

Seu Caráter e Conduta

O Imam Ali Ibn Mussa “Al-Reda” era bondoso em suas ações e atitudes, cumpridor da palavra dada, jamais caindo em contradições, sendo o exemplo em sua convocação e disciplina.<o:p></o:p>

Ele (A paz esteja com ele) foi tal como foram os anteriores Imames (A paz esteja com eles), um belo exemplo para os muçulmanos na sua devoção, paciência, caráter, humildade, remissão do mal que lhes fora feito, em todas as virtudes e altos valores; por isso, os Imames purificados (A paz estejam com eles) não só possuíram a dignidade representativa, mas também a dignidade no trabalho, empenho e dedicação à Deus, fazendo jus com isto, para serem o modelo de virtude para a humanidade.

Algumas das Qualidades do Imam “Al-Reda”

1. Um do seu parente falou ao se referir á moral e polidez do Imam (A paz esteja com ele): “Jamais vi Abu Al-Hassan, isto é, o Imam, ofender alguém em uma palavra sequer, e nunca o vi interromper alguém, ouvindo-o até o fim, como nunca o vi recusar auxilio que estava ao seu alcance. Não estendia as suas pernas diante de quem quer que seja e não em alguém. Jamais insultou alguém e tampouco os que o serviam, sejam servos seus ou não e jamais o vi se coçar ou dar gargalhadas, pois sorria somente.

2. Um dos seus companheiros disse: “Certa vez estive viajando em companhia de “Al-Reda” para Khorassan, onde convidou seus servos negros e outros para comerem na mesma mesa com ele; então lhe propus: __ Que tal se reservássemos uma mesa a parte para eles? e ele (A paz esteja com ele) respondeu: ‘Ora! Deus Supremo e Bendito é único. A mãe e o pai de alguns ser são únicos e a recompensa é pelos atos’. Assim era o Imam Al-Reda (A paz esteja com ele) personificava o bom caráter e o sentimento humanitário através de seu procedimento para com todos, sejam servos, escravos ou não e os olhava com ternura e humildade sem jamais mostrar-se superior ou prioritário a quem quer que seja, exceto na devoção. O seu servo Yasser disse-nos certa vez: ‘O Imam nos falou, se alguma vez eu chegar enquanto estiverdes comendo, não levanteis até terminardes’. Se o Imam (A paz esteja com ele) mandava chamar um dos seus servos e este estiver comendo, ele dizia, ‘deixai-o até terminar a refeição’. Ele (A paz esteja com ele) reunia a s vezes os pequenos e os grandes e os palestrava com eles; até os cavalariços ou os tratadores de sangria fazia-os sentarem-se a sua mesa de refeições.”

3. Certo homem se aproximou do Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele) e lhe disse: “Por Deus, ó venerável Imam! Não há na face da Terra um pai mais honrado do que vós!”. O Imam respondeu: “A devoção os honrou e a obediência a Deus os privilegiou”. Outro veio e lhe falou: “Juro que és melhor dos homens que conheci!” e o Imam retrucou: “Não jures para tal. Aquele que é devoto á Deus e o Obedece é melhor do que eu. Acaso não leste o versículo que diz: “… e Nós os fizemos povos e tribos a fim de saberdes a vossa devoção vos enobrece diante de Deus?”. Esta é a índole de todos que fazem parte da Linhagem do Mensageiro de Deus (Deus o abençoou e a sua Linhagem e os saudou) e este é o seu anelo aos valores fraternos e humanos, e, o respeito pelo próximo e proteção de seus direitos e dignidade. Para eles, não há alguém preferível ao outro, senão pela devoção e boas ações; entretanto, atualmente o critério humano se baseia na altivez, nas origens e camadas sociais e no desprezo e humilhação do homem nos eu valor e dignidade, isto que é a civilização épica materialista e ignorante; e, nada impede ao homem pleitear a sua dignidade e humanidade, prol deu seus princípios de justiça e igualdade, que o Islam ensina e incita a sombra de seu grandioso anelo, no qual e pelo qual andaram os purificados Imames (A paz estejam com eles) através da sua disciplina e boas ações , para exploração do entendimento, da bondade e dos bons costumes a toda a humanidade.

4. Em se tratando de devoção do Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele), era tido como o melhor dos exemplos aos outros, expoente pela piedade e relacionamento com Deus Supremo. Dizia um dos seus companheiros: “Quando viajava com ele, de Medina para Merw (cidade próxima a Medina). Por Deus! Nunca vi um homem tão devoto à Deus como ele, e ninguém o menciona Deus como ele o faz em qualquer tempo e hora, como não vi alguém temente a Deus Protetor e Majestoso como ele o foi… Logo que amanhecia, o Imam orava e glorificava Deus e O Engrandecia e agradecia, orando pelo Profeta Mohammad (Deus o abençoou e a sua Linhagem e os saudou) até o surgimento do sol, ficando de joelhos até que o dia clareasse por completo, e só depois disto é que se aproximava do povo e conversava com ele até o crepúsculo. Outra narrativa sobre ele diz que um de seus amigos o descrevia: “Dormia pouco e a noite ficava de vigília orando na maioria das vezes, até o amanhecer, jejuava muito nem passavam três dias de jejum por mês, dizia: “Este é o jejum da vida”. Praticava muito o favor e a caridade enquanto passava pelas ruas, principalmente quando andava pelas noites escuras… e se ouvires falar que houve alguém como ele, não acredite”.

Movimento Cientifico na Época do Imam “Al-Reda”

O Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele) viveu numa época em que estendia o movimento cientifico, dinamizando nele a pesquisa e a constituição, bem como, a especificação do conhecimento e do ensino, instituindo a corrente filosófica e a escola do espiritualismo diversificado; começou, outrossim, o movimento das traduções e registros de outros idiomas, aliás, isto já havia sido encorajado desde a época do sexto Imam Jaafar Ibn Mohammad “Açadeq”, permanecendo no tempo do Imam “Al-Reda”, e esta foi a fase mais rica das etapas do pensamento e da cultura islâmica (foi nessa fase que viveu os fundadores dos dogmas da erudição tais como: Al-Cháfii, Ahmad Ibn Hanbal, Mâlek Ibn Anos, Sufian Al-Tauri, Yahia Ibn Akhtam e outros), e o Imam Al-Reda (A paz esteja com ele) era o refúgio dos senhores do conhecimento e da ciência e da originalidade do vernáculo na jurisprudência e a legislação islâmica.

O califa abássida Al-Mamún reunia para si os sábios e oradores de todas as religiões e dogmas, para fins de diálogos e investigações, e o Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele), lhes respondia com firmeza e eloqüência, tanto é, um dos notáveis chamado Mohammad Ibn Issa Al-Yaqtini lhe apresentou quinze mil questões, as quais foram resolvidas satisfatoriamente pelo Imam (A paz esteja com ele), que tinha inclusive, a posição de ser o servidor para os cientistas, e amparo discípulos do pensamento e do conhecimento, e sua palavra era a palavra de virtude e da decisão.

Um dos amigos do Imam (A paz esteja com ele) falou: “Nunca vi alguém mais sábio do que Ali Ibn Mussa “Al-Reda” e todo erudito que o conheceu apóia totalmente meu testemunho.”

Certa vez, Al-Mamun reuniu em Assembléia um determinado número de eruditos, teólogos e oradores, questionando o Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele), o qual sobrepujou a todos, sem exceção, e todos, unânimes lhe reconheceram a sapiência e a própria inferioridade diante dele. Para esclarecimento, citaremos a seguir alguns questionários feitos ao Imam (A paz esteja com ele) e suas respostas as mesmas:

1. Onde esteve Deus e como era e em que Ele se apóia?

R. Deus criou o local, por isso não havia local. Ele é como é, portanto não poderia ser de outra forma e Ele se apóia no Próprio Poder.

(O Imam pretendeu em sua resposta esclarecer que Deus em Sua Majestade criou o tempo e as situações, e, como antes Dele nada existia, Ele só poderia contar Consigo Mesmo).

2. O que significa o Poder de Deus?

R. São as suas ações nada mais. Se ele ordena seja então será, sem pronúncias, nem pensamentos nem como será.

3. O que significam as palavras de seu avô o Imam “Açadeq”: Sem determinismo e sem delegação, porém, uma ordem entre duas questões”?

R. Quem pensou que Deus faz nossas ações e depois nos castiga por elas, afirmou pelo determinismo; quem pensou que Deus delegou a questão da criação e da graça aos seus peregrinos, isto é, os Imames então afirmou na delegação.

Aquele que fala pelo determinismo é um blasfemo e aquele que fala pela delegação é um idólatra, porém, o significado da ordem entre duas questões, significa a existência da vereda em praticar o que Deus ordena e abandonar o que Ele alerta, isto é, Deus Glorificado e Supremo é mais Poderoso do que o mal e se o permitiu foi porque deixou-nos a opção para fazer o bem ou mal. Deus ordena algo e alerta contra outro.

4. A pergunta foi sobre o ministério do Imamato.

R. Deus não cobrou de Seu Profeta antes que se lhe completou a doutrina e revelou-lhes o Alcorão, onde tudo se encontra em capítulos e Ele diz: “Nada foi extraviado por Nos no Livro”, como também revelou a Peregrinação do Adeus: “Hoje completei para vos a vossa doutrina e completei sobre vos a minha graça e aponto a vós o Islam como religião”. O ministério de Imam é um dos complementos da religião e da graça e Ali Ibn Abi Táleb lhes foi enviado como um sábio e Imam, e se alguém aludir de que o Profeta não completou a sua religião, na eloqüência dos Imames acabou de devolver o Livro de Deus, e aquele que devolveu o Livro de Deus é um blasfemo. Só Deus é Sapiente da importância do ministério do imamato, pois ele é deveras um poder grandioso prestígio e elevada posição se as pessoas souberem avaliá-la pelo raciocínio e alcançam pelo ponto de vista. O ministério do Imam é o califado de Deus e do Seu Profeta (Deus o abençoou e a sua Linhagem e os saudou), e é o estreitamento da religião e a organização dos muçulmanos. O Imam legitima o que Deus legitimou e priva o que Deus proscreveu, determina os limites e aparta de religião. O Imam é o purificador das culpas, é a inocência das vergonhas, ninguém importuno na sua temperança, ninguém o processa, não há quem o substitua em vida e ninguém se lhe iguala. Portanto, onde poderão as pessoas preferir algo, além disso?

5. Perguntaram-lhe sobre o conceito.

R. Existem conceitos em camadas: se analisarem a má ação de alguém e a aprovam, já tiveram um mal conceito; se pensam que alguém fez algo e dele obter a benção de seu Senhor Deus e se Deus o abençoou, é então um bom conceito.

6. Perguntaram-lhe sobre o melhor na devoção.

R. Aqueles que foram caridosos se consultaram; aqueles que se conduziram mal, pediram perdão; e se ofereceram algo, agradeceram; e se afligiram, enfraqueceram; e se irritaram, perdoaram.

7. Perguntaram-lhe os significados das Palavras de Deus: “… e os abandonou na escuridão onde nada se enxerga”.

R. Deus Supremo descreve o abandono tal como descreve a Sua criação, porém, ao saber de que eles não renunciarão à blasfêmia e à aberração, Ele afasta deles o auxílio e a gentileza, deixando a opção a cargos deles.

Situações Políticas na época do Imam “Al-Reda”

1. O Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele) notabilizou-se pela grande popularidade e simpatia na maioria das províncias da nação, pois quando tomou posse do ministério, após a morte de seu pai, fez um extenso giro no mundo islâmico a partir de Medina até Bassora no Iraque e daí a todas as localidades do conhecimento islâmico, onde se reunia com os eruditos e oradores, dialogando com todos a respeito de diversos assuntos, inclusive visitava as cidades principais tais como Al-Cufá, Al-Yomna, Maruá, Naichabur, etc. O Empenho do Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele) destacou-se muito pela atenção no conhecimento religioso entre a população; no entanto não foi o suficiente para o Imam (A paz esteja com ele), devido as lideranças revolucionárias contra o Governo perverso e libertino, a fim de substituí-lo por um Governo islâmico, em todas as regiões islâmicas.

2. Os Abássidas deram continuidade a política do terror e suplícios contra os Alídas (partidários dos Imames), e as perseguições contra os mesmos, aumentavam a cada dia, enquanto que os chefes Alídas continuaram a liderar os levantes e as revoluções contra o Governo Abássida, porque, tanto os Omíadas como os Abássidas eram usurpadores no califado, os quais eram tiranos e perversos nos seus procedimentos contra a população, totalmente contrários aos preceitos islâmicos, e que os verdadeiros sucessores (califas) seriam na verdade, os descendentes da “gente da Casa” que é a Linhagem do Profeta Mohammad (Deus o abençoou e a sua Linhagem e os saudou), representados pelos Imames purificados, e, quando Al-Mamun chegou ao poder , decidiu mudar a sua política, por aperceber-se de que já estavam em perigo a paz e a tranqüilidade nos países islâmicos. Astuciosamente, começou a traçar novos planos a fim de conquistar a confiança e a simpatia do povo, principalmente a dos Alídas, trocando a política da perversão e das condenações a morte , praticadas durante setenta anos por seus ancestrais, os califas, sem resultado algum, por outra política astuciosa, nomeando o Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele) como seu sucessor no califado, pois tendo-o ao seu lado e afastando o encanto e a inquietação de seu governo, poderá assim acalmar as insatisfações e revoltas da população islâmica, por outro lado, aprisionaria o Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele) em ‘gaiola de ouro’, isto é, não numa fétida prisão, no Palácio, onde ele poderá ser observado sutilmente em todos os seus passos, e, quando o califa Abássida Al-Mamun propôs ao Imam (A paz esteja com ele) ficar ao seu lado, este se recusou terminantemente, pois sabia que não teria liberdade e teria de pedir a permissão do Al-Mamun para cada passo seu por mais curto que seja. Diante da recusa, o Al-Mamun lhe falou com severidade: “Com a tua recusa, tu me obrigas aquilo que detesto e tu ultrajaste a minha autoridade… Pois juro por Deus!… ou aceites a sucessão no califado ou te obrigarei a isto, caso contrário, se recusardes, decapitarei a tua cabeça”. O Imam (A paz esteja com ele), não teve outra opção, aceitando o califado contra a sua vontade, pois sabia que com isto perderia a própria paz e o povo o desprezaria ao vê-lo se aliar ao Abássidas excedentes na opressão e na perversidade enquanto que ele não poderia fazer nada para impedi-los ou modificá-los. Enfim, o Imam (a paz esteja com ele) se encontrava de mãos atadas diante da situação.

3. Assim sendo, por causa desta sucessão, o califa Al-Mamun mandou o Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele) para Khorassan, ao norte do Irã, onde era a capital do Califado. Lá estando, o Imam passou a sentir o gosto da solidão do exílio, longe dos parentes e de sua família, separado do povo. O califa Al-Mamun procedeu propositadamente ao confinar o Imam (A paz esteja com ele) em seu Palácio, onde os olhares o observavam e os serviçais o espionavam. A vida do Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele) tornou-se insuportavelmente controlado e fiscalizada.

Os Alvos do Al-Mamun com a Sucessão Épica

Houve vários motivos que levaram o Califa Al-Mamun a agir assim, eis que mencionaremos a seguir:
1. Quis o Al-Mamun cobrir o seu califado com a vestidura legal, pois os próprios Abássidas olhavam para o seu governo com a dúvida e a desconfiança, principalmente após o assassinato de seu irmão Al-Amin; daí, quis o Al-Mamun acrescentar ao seu mandato o que chamaríamos de “santidade” e “fé” no conceito dos outros, e, por outro lado, pretendeu atrair para si os Álidas e os muçulmanos em geral, apagando a imagem de queixas que pairava sobre ele considerando também a falta de conexão para a liderança dos muçulmanos e parentela do Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele) verdadeiro e legitimo sucessor do califado.

2. Al-Mamun tentou plantar a semente da desconfiança e da dúvida sobre o ministério do imamato pelos descendentes da Linhagem Profética, a qual não modifica os preceitos da doutrina islâmica; e eis agora que ele se aproxima do sistema do governante Abássida, cheio de contradições, o qual tentou espalhar as cinzas nos olhos ao nomear como seu sucessor, o Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele), isolando seu irmão Al-Mutamen, inclusive, após a nomeação, determinou o que segue:

a) Casou o Imam “Al-Reda” com sua filha Umm Habiba.

b) Substituiu a insígnia da vestimenta negra dos Abássidas como cor oficial da corte, pela cor verde dos Álidas.

c) Ordenou os Abássidas, colaboradores e oficiais da corte, de patentear a sucessão ao califado do Imam “Al-Reda”.

d) Cunhagem de moedas com o nome do Imam “Al-Reda”.

3. Al-Mamun tencionou com essa sucessão épica, fazer com que o Imam (A paz esteja com ele) permanecesse ao seu lado e controlar suas ações, a fim de afastá-lo dos preceitos do xiismo e do resto do povo; e assim o Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele) passou a viver sob a espionagem permanente no Palácio do Al-Mamun, vivendo o exílio no sufoco da saudade de sua gente e de seus adeptos.

Morte do Imam “Al-Reda”

Mencionamos de forma breve, os motivos que levaram o Al-Mamun nomear o Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele) como seu sucessor ao califado e esclarecemos que as causas para tal, era a pretensão de afastar o ponto de vista negativo que pairava sobre ele, incluindo a inquietação política que as províncias sofriam, e por fim, mostramos que o Imam “Al-Reda” (A paz esteja com ele) estava bem ciente das intenções do Al-Mamun e seus projetos e o quanto era falso que o califa Abássida era indiferente com o reinado e o califado, como tinha certeza que era o mentor no assassinato de seu irmão Al-Amin, ficando no comando único do Império (O Iraque, as províncias ocidentais e a Mesopotâmia), para depois mandar eliminar todos os que participaram com o plano do crime contra seu irmão.

Dotado de espírito racionalista e de interesses que caracterizavam Al-Mamun, o mesmo, temia a inteligência do Imam, considerado-o de suma importância e influência junto ao povo e personalidades de gabarito. Diante deste fato, o Al-Mamun se empenhou em se livrar dele, assassinando-o pelo envenenamento fatal e fulminante, administrado em sua comida, o qual, nem acabou de engolir as primeiras porções, caiu inerte. Estrategicamente, o Al-Mamun omitiu o fato, escondendo o corpo por um dia e uma noite, depois, mandou chamar o tio e o pessoal dos Abi Táleb, a fim de notificá-los da morte repentina e “natural” do Imam “Al-Reda”, entregando-lhes os restos mortais do ente querido.

Entretanto, os historiadores relatam de que o povo se ajuntou ao redor do Palácio em que se encontrava o Imam, surgindo boatos de que foi o próprio califa Al-Mamun que mandara matar o Imam “Al-Reda” (a paz esteja com ele). Temeroso, o Al-Mamun pediu ao tio do Imam anunciar que o féretro já foi transferido. Feito isto, as pessoas se afastaram, e, durante a noite escura, o Imam “Al-Reda” (a paz esteja com ele) foi sepultado ao lado do sepulcro de Haroun Al-Rachid, no ano 203 da Hijra correspondente ao ano de 818 d.C, morrendo aos 55 anos de idade, pelo calendário lunar da Hijra, na cidade de Tuss em Khorassan.

Atualmente seu sepulcro é uma das maiores sepulturas sagradas do mundo, pelo que anexou-lhe um museu do Alcorão Sagrado e outro do Imam “Al-Reda”, onde se encontram pertences pessoais que ele usava em vida, inclusive as moedas cunhadas em seu nome. Além dos museus, existem bibliotecas, hospital para atendimento dos visitantes, um grande restaurante e uma delegacia.

Certa vez, o Mensageiro de Deus (Deus o abençoou e a sua Linhagem e os saudou) falou: “Será enterrado um pedaço de mim em Khorassan, onde cada visitante, Deus o recompensará com o Paraíso e livrará seu corpo do fogo”.Outra frase do Profeta sobre o Imam “Al-Reda”: “Aquele que me visitou longe do meu lar, eu virei a ele no Dia do Juízo Final em três atribuições a fim de livrá-lo de seus horrores, nem que os livros tenham se espalhado pela direita ou pela esquerda, nos caminhos e nas qualificações”.