A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) promoveu sessão solene ao final da tarde desta terça-feira (22), conforme proposição do deputado Hussein Bakri (PSD) – filho de imigrantes libaneses – especialmente para comemorar os 60 anos da Sociedade Beneficente Muçulmana do Paraná, considerada um marco institucional da presença islâmica em Curitiba.

Na oportunidade foram homenageadas com ‘menções honrosas’ 51 lideranças e personalidades que têm feito a diferença para o equilíbrio social, econômico, político e religioso dos paranaenses. Bakri ressaltou a importância do ato referindo-se à contribuição dos árabes ao desenvolvimento do estado nas mais diversas áreas.

Compuseram a Mesa diretora dos trabalhos, durante a solenidade, o 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guto Silva (PSD); o diretor da Fomento Paraná, Omar Sabbag, representando o governador do Estado, Beto Richa; Kamel Mansur, representando a diretoria da Sociedade Muçulmana do Paraná; Sayed Charif Sayed, autoridade religiosa no Líbano; Amir Hachem, líder religioso da Mesquita de Curitiba; o presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana do Estado do Paraná, Nizar Hachem; o pároco da Igreja Ortodoxa Antioquina São Jorge, Padre Samaan Nasri; além do já mencionado deputado Hussein Bakri.

História de União

Presidida inicialmente por Hussein Omairy, a Sociedade Beneficente Muçulmana do Paraná nasceu movida pelo sentimento de solidariedade e pelo desejo de compartilhar suas tradições, e assinalava já em sua ata de fundação, em 1957, entre outras finalidades, o compromisso de unir os muçulmanos brasileiros e seus descendentes, ajudando os necessitados; de fundar e administrar uma escola para ensino dos idiomas árabe e português, bem como a religião muçulmana; de construir e manter uma Mesquita em Curitiba; de valorizar e promover a arte e a cultura das origens; além de estabelecer pelo convívio social e fraternal a aproximação entre os sócios, especialmente aqueles oriundos dos países árabes e muçulmanos, como nações amigas que são.

A mesquita foi inaugurada em 1972, na Rua Kellers, no Alto do São Francisco, em Curitiba, nas vizinhanças da antiga sede da Sociedade. Para manter a tradição islâmica e a língua árabe para filhos e netos dos imigrantes, 12 anos após o surgimento da Sociedade foi criada a Escola Islâmica do Paraná, também na capital do Estado, com cerca de 60 alunos da comunidade. Atraiu não somente estudantes de Curitiba, mas também de Rio Negro, Ponta Grossa, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Santos, Toledo e Antonina.

As disciplinas ministradas eram Português, Matemática, Estudos Sociais, Árabe, Conhecimentos Gerais e Ciências Naturais. A escola encerrou suas atividades em 1972, tornando-se um lugar de memória, que construiu e fortaleceu os vínculos dos que por ali passaram e auxiliou na manutenção e difusão das tradições e da cultura árabes.

Fonte: Sandra Pacheco – ALEP