O presidente russo, Vladimir Putin, destacou as virtudes humanistas do Islã durante a inauguração da Grande Mesquita de Moscou, uma das maiores da Europa, na presença de seus colegas palestino e turco, Mahmud Abbas e Recep Tayyip Erdogan. O evento aconteceu em julho de 2015.

“É um grande acontecimento para os muçulmanos da Rússia. Uma das mesquitas mais antigas de Moscou foi reconstruída em seu contexto histórico”, declarou o presidente russo em seu discurso inaugural.

“A Rússia é um país multiconfessional no qual, insisto, o Islã é uma das religiões tradicionais”, prosseguiu Putin.

“Esta mesquita será uma fonte para propagar as ideias humanistas e os verdadeiros valores do Islã”, acrescentou, depois de denunciar o grupo Estado Islâmico (EI) que, segundo ele, “tergiversa o Islã”.

Com uma superfície total de 19 mil metros quadrados, a Grande Mesquita de Moscou, situada perto do centro da capital russa, pode acolher 10 mil pessoas, o que a converte em uma das maiores da Europa quanto à capacidade.

A decisão de destruir a antiga mesquita, que abriu em 1904, gerou uma polêmica em 2011.

“As obras custaram 170 milhões de dólares”, declarou o vice-presidente primeiro do conselho de muftis da Rússia, Ruchan Abiasov, citado pela agência russa Interfax.

Um oligarca originário do Estado russo do Daguestão, no Cáucaso, financiou grande parte da reconstrução com dezenas de milhares de dólares, disse Abiasov.

A inauguração deste local de culto não será, no entanto, suficiente para resolver a escassez de mesquitas em Moscou. A capital russa tem apenas quatro mesquitas para os entre um e dois milhões de muçulmanos que vivem ali, segundo as estimativas.

Vinte milhões de muçulmanos vivem na Rússia, sobretudo nas regiões historicamente muçulmanas, como o Cáucaso Norte, o Tartaristão e o Bascortostão.