Nesta sexta-feira, dia 29 de Ramadã (22 de maio), última sexta-feira do mês sagrado do jejum e da abstinência, o mundo celebra o Dia Internacional de Jerusalém. A data, instituída pelo Ayatollah Ruhollah Mussawi Al-Khomeini, é um chamamento à consciência mundial sobre a tragédia que, há 72 anos, se abateu sobre a população originária da Palestina, expulsa pelo terrorismo sionista que, até os dias de hoje, insiste em afirmar que aquele território é seu.

Os árabes palestinos vivem na região há milênios. Região, aliás, que sempre, desde a antiguidade, foi citada nos livros históricos como Palestina, nunca como “Israel”. Este, em verdade, nunca existiu como unidade territorial ou entidade nacional naquele território. “Israel” foi uma invenção do nacionalismo judaico do século XIX, influenciado pelo nacionalismo europeu e pelo imperialismo das potências europeias – notadamente a Grã-Bretanha – que viam na criação de um estado artificial na região a possibilidade de estabelecer uma ponta de lança para a defesa dos seus interesses.

Esse projeto terrível, contudo, traz consequências até hoje. O estado militarista, expansionista, racista e colonialista de “Israel”, desde os seus primórdios, revelou sua face macabra e seu desprezo pela vida humana. Células terroristas judaicas, como Lohamei Herut Israel, Gangue Stern, Irgun Zwei Leumi, Haganah e Palmach, entre outras, invadiram, ainda nas décadas de 1930 e 1940, as aldeias palestinas, metralharam seus habitantes (homens, mulheres e crianças), para aniquilar a população árabe autóctone e abrir espaço para o estabelecimentos de imigrantes judeus vindos da Europa, primeiramente e, depois, do mundo inteiro.

Atentados a bomba em cidades como Jerusalém, ataque a autoridades britânicas, explosão de aldeias palestinas eram as ações perpetradas pelos terroristas, em clara desobediência aos princípios básicos da religião judaica, que jamais prescreveu a morte de inocentes. Theodore Herzl, o pai do sionismo, era ele mesmo um judeu laico cujo maior interesse era político, não religioso. O terrorismo desses grupos, integrado até os dias de hoje às ações de massacre perpetradas por “Israel” contra os palestinos, afronta não só os princípios básicos de humanidade, mas os preceitos religiosos da Torá.

A luta dos palestinos, até hoje, tem sido a da resistência e da revolta de quem teve sua casa, suas plantações, sua história, arrancadas. É a luta de quem grita pelo direito de existir, pela sua cultura, pelo seu cotidiano, pelo seu trabalho, pela sua família, pela sua moradia. Que o clamor dos palestinos seja ouvido em todo o planeta e que a vitória esteja próxima! Sanaúd! Voltaremos!