A fome é um flagelo que tem se intensificado neste período de pandemia. Atravessando um momento de jejum, determinado por mandamento religioso, a comunidade muçulmana de Curitiba está promovendo uma ação de distribuição de alimentos e prestação de serviços aos moradores carentes da região do Paraíso (também conhecida por Parque da Fonte), em São José dos Pinhais.

Na última quinta-feira (22/04), entre as 14 horas e as 17 horas, a liderança religiosa e membros da comunidade muçulmana da capital distribuíram alimentos, coletados em campanha de doações, e levaram serviços como corte de cabelo, assistência jurídica e atendimento odontológico aos habitantes daquela localidade.

“Nós, muçulmanos, estamos passando fome, durante este mês do Ramadã, e sentindo na pele o que significa não ter o que comer”, explica o xeique Vahid Khodabakhshi. “A diferença é que, passado o horário do jejum, que vai do nascer ao por do sol, nós podemos abrir a geladeira e matar nossa fome e nossa sede. Muitos dos nossos irmãos brasileiros, infelizmente, não têm essa possibilidade. Dormem e acordam com a barriga vazia”.

O Ramadã, que corresponde ao 9º mês do calendário lunar islâmico, tem 30 dias. Durante o alvorecer e o por do sol, os muçulmanos não podem comer, beber nem praticar sexo. É um período de orações, de introspecção e reflexão, que leva os jejuadores a perceber o valor do alimento. A iniciativa da comunidade muçulmana começou com a coleta de donativos e procura levar serviços básicos às comunidades carentes. Ações como esta estão sendo promovidas por centros islâmicos em todo o Brasil.